[RESENHA] Grau 26, de Anthony E. Zuiker
e Duane Swierczynski

Ano de lançamento: 2009
Editora: Record
Páginas: 434
Nota: 4/5

"Um por dia vai morrer. Dois por dia

vão chorar. Três por dia vão mentir.

Quatro por dia vão suspirar. Cinco por dia

vão questionar. Seis por dia vão fritar.

Sete por dia... o que será..."


Anthony E. Zuiker e Duane Swierczynski se juntaram pra escrever este ótimo suspense. Além do enredo que me chamou atenção, outra nuance que desperta curiosidade, é o fato desse ser o primeiro digilivro da história (mais adiante volto a este ponto). 

O livro fala sobre um serial killer, Sqweegel, que é absolutamente insano. De tão astuto e cruel, foi preciso criar um novo grau de criminosos psicopatas para enquadrá-lo: grau 26. Até então, a classificação ia só até o grau 25. Segundo o FBI, seus métodos são qualquer um e, seus alvos são todas e qualquer pessoa.

Pra conseguir detê-lo, o FBI reintegra a ativa o agente que mais próximo esteve de capturá-lo: Steve Dark. Porém, as coisas não serão tão simples assim. Dark se aposentou cedo porque a busca por Sqweegel, acabou gerando efeitos colaterais nefastos. Para ele e para as pessoas que ele amava. 



Nesta busca desesperada para prender o
 serial killer, os segredos de muitos vão sendo revelados no decorrer da trama o que acaba por revelar aspectos nefastos de certos personagens. 

O livro segue um ritmo alucinante. Cheio de ação, enredo bem montado e não se delonga em demasia explicando os métodos investigativos do FBI. Mas, o ponto forte da trama são os personagens. Sqweegel é um psicopata absurdamente perturbador. Seus métodos são inverossímeis. Ainda por cima, acredita piamente que o que faz tem um propósito nobre. Usa uma roupa branca de látex que permite deixar a cena do crime sem um único vestígio que possa incriminá-lo; Dark é um cara atormentado que, além de muito esperto, tem o dom de entrar na mente de Sqweegel e pensar como ele, por isso é o único capaz de detê-lo. Mas como disse Nietzsche, "quando você olha muito tempo para um abismo, o abismo olha pra você". Sqweegel quase foi preso por Dark e isso faz com que ele dê uma atenção especial para o detetive. O que não é nada bom pra ele.  

Grau 26 é descrito como o primeiro digilivro. Mas, que porra seria isso? Acontece que no livro, ao final dos capítulos, alguns códigos são fornecidos para que o leitor acesse o site do livro, e veja alguns vídeos que complementam a trama. Isso tem dois aspectos. Num primeiro momento é sensacional. Cada vídeo acessado, mostra os personagens do livro, enriquecendo a trama. Sem contar que o ar sombrio presente nos vídeos ajuda a aumentar a atmosfera angustiante que o livro impõe, principalmente nos vídeos em que Sqweegel aparece. O medo que o personagem desperta é muito forte. Mas, na outra ponta, isso de acessar a internet e ver os vídeos, é meio cansativo. Interromper a leitura e ver os vídeos, acaba por quebrar um pouco o ritmo da leitura. Abaixo segue um dos vídeos.







O final do livro é impressionante. Uma revelação final faz o leitor entender melhor o porque de Steve Dark ter sido escolhido como alvo de Sqweegel.  

O livro faz parte de uma trilogia. Não sei se foi uma boa ideia - continuação - uma vez que o livro é  bem fechadinho e amarrado. É conferir pra ver.


Boa leitura. 


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