[CRÍTICA] filme, Jogo Perigoso

Suspense da Netflix explora as verdades ocultas de um casal que decide passar um fim de semana amoroso que acaba não dando muito certo. A obra é mais uma adaptação de uma obra de Stephen King
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2017 foi um ano feliz para os fãs de Stephen King. Desde 1976 quando “Carrie, a Estranha”, seu primeiro romance, fora adaptado para as telonas, os trabalhos do autor foram incansavelmente transportados para esta outra mídia. Claro, nem sempre o resultado foi o dos melhores. Não é o caso de Jogo Perigoso.

Jogo Perigoso (Gerald’s Game), é mais uma das apostas da Netflix em usar como material base uma das obras do autor. Seguindo muito do material original e acertando nas mudanças, Jogo Perigoso é um retrato bem elaborado das prisões que nossa própria mente cria e de como pode ser doloroso, literalmente, romper essas barreiras.

O filme se inicia com o casal Jessie, (Carla Gugino) e Gerald (Bruce Greenwood) indo passar um final de semana em uma casa isolada na ânsia de reascender a chama do casamento. Gerald tem a ideia de incluir uns jogos sexuais no fim de semana romântico e algema Jessie. Porém, Gerald acaba morrendo deixando Jessie algemada. Para escapar desta situação, Jessie terá de usar todo seu espectro imaginativo e reviver memórias dolorosas para escapar.

Dirigido por Mike Flanagan (Hush – A Morte Ouve), o filme se passa quase que completamente em um quarto. A narrativa é cadenciada. O inicio do filme é lento mas não enfadonho. As cenas onde o casal está interagindo pautada por diálogos reveladores a respeito do caráter de Gerald, mostram o tom que a narrativa irá seguir. A fotografia com um tom em sépia mas que não abusa de outros filtros, ajuda a criar o ambiente claustrofóbico e opressivo que o diretor quis passar. Depois de alguns minutos, é possível sentir que o medo de Jessie não é infundado.

Por falar em Jessie, a interpretação de Carla Gugino é que torna tudo verossímil. As expressões da atriz mostram todo sofrimento da personagem que precisará se refugiar dentro da sua mente para escapar dali. É onde as coisas começam a ficar melhor ainda.

Precisando reviver/vencer fantasmas do passado, Jessie “cria” personagens que podem lhe ajudar ou impedir que consiga fugir das algemas. Destaque para uma determinada lembrança de Jessie de quando ela era criança e assiste ao eclipse. O dialogo entre ela e seu pai chega a dar nó no estomago e pode se dizer que aquele evento moldou todas as escolhas de Jessie.

O toque sobrenatural do filme fica por conta de uma figura misteriosa que aparece na penumbra mas que, na verdade, só saberemos sua real identidade ao final do filme. Há uma trecho no final do filme onde alguém diz uma frase a esta figura possivelmente sobrenatural que sintetiza a verdadeira catarse de vencer uma prisão mental.


Jogo Perigoso é um filme de suspense que consegue entreter e surpreender. Mais umas das apostas originais da Netflix que sabem usar o matéria de Stephen King de forma certeira. Nós fãs agradecemos.


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Jogo Perigos (Gerald’s Game, EUA, 2017)
Gênero: Suspense
Roteiro: Jeff Howard, Mike Flanagan (adaptação do livro homônimo de Stephen King)
Direção: Mike Flnagn
Duração: 103 min.

2 COMENTÁRIOS

Foi um filme incrível! A atmosfera do filme é estressante e te mantém no suspense até o final, realmente gostei. Stephen King é um gênio de terror, tem um talento incomparável, é o melhor escritor. Minha história favorita dele é It: A coisa, acho que Pennywise é um icone, recém vi o novo filme, dirigido por Andy Muschietti e adorei, é sensacional. Acho que é uma boa adaptação, o novo Pennywise é muito mais escuro e mais assustador, Bill Skarsgård é o indicado para interpretar o palhaço. Os filmes de terror são meus preferidos, evolucionaram com melhores efeitos visuais e tratam de se superar a eles mesmos. Eu gosto da atmosfera de suspense que geram. It tem protagonistas sólidos e um roteiro diferente. O clube dos perdedores é muito divertido e acho que os atores são muito talentosos. Já quero ver a segunda parte.

Olá Luciana!
Pois eu partilho contigo a preferencia por King. Desde que li o primeiro livro da saga "A Torre Negra", "adotei" o autor como meu escritor de cabeceira.
Quanto a It, é, provavelmente, meu livro favorito do autor e gostei pacas do do filme - ah, o Clube dos Perdedores..., me emociono só de lembrar... Torço para que a sequência consiga ser tão boa quanto...
Abraços e obrigado pela visita...


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